terça-feira, 29 de junho de 2010

(...) Na atmosfera de estufa em que estava imersa a pequena sala de tecto baixo do Tu e Eu, uma espécie de cabaré igual aos que tinham começado a ser abertos em Pequim, havia alguns meses, os espectadores banhados em suor não retiravam os olhos do corpo completamente nú, dúctil como uma liana e branco como marfim, da divina Jasmim Etéreo.
Havia um bom quarto de hora que a bela contorcionista executava um número dos mais ousados, que consistia nomeadamente - perante o público libertino, fascinado com a sua elasticidade - em afastar simplesmente as pernas e, depois, fazê-las passar como se nada fosse por detrás do pescoço, antes de erguer o torso apenas com a força dos braços e efectuar um espectacular movimento pendular para trás e para a frente.(...)


In O império das lágrimas
José Frèches

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